• 22 de fevereiro de 2025

Cigarros eletrônicos: Secretaria da Saúde alerta sobre os riscos e disponibiliza tratamentos

Fotos com vapes – tem crédito na foto

Foto grupo de tratamento: Divulgação/Secretaria Municipal da Saúde

Órgão disponibiliza tratamentos aos interessados em parar com o vício, que vem trazendo sérios riscos de saúde a quem fuma

Embora muitas pessoas considerem os cigarros eletrônicos como uma ‘alternativa mais segura’ em relação aos tradicionais, profissionais de saúde da capital alertam que este consumo também oferece riscos significativos ao desenvolvimento de doenças.

Para apoiar os paulistanos interessados em deixar este vício, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) oferece tratamento por meio do Programa Nacional de Controle do Tabaco nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). As unidades estão preparadas para acolher e prestar todo o suporte necessário aos tabagistas, em primeiro lugar mobilizando o indivíduo para que pondere a possibilidade de deixar de fumar, além de oferecerem atividades de combate ao fumo.

Foi o que aconteceu com a recepcionista Fernanda Kanija Tomé, de 27 anos. Fumante desde os 18 anos, nos últimos três anos, começou a usar cigarros eletrônicos. “Passei a acordar no meio da madrugada para fumar, o cigarro eletrônico é mais gostoso, tem sabor e não deixa cheiro. Porém, como tenho um filho, passei a me preocupar mais e decidi que precisava controlar este vício. Procurei a UBS Jardim Colombo e passei a frequentar os grupos para quem quer parar de fumar”. Fernanda relata que foram meses de encontros com grupo, medicação e adesivo, e um cigarro de 20 mil tragadas, que durava uma semana, agora dura mais de um mês. “É um processo, o grupo é muito importante para ajudar a gente a entender o motivo do vício no tabagismo e que deixar o vício é muito importante para a saúde, sem contar o acolhimento e a força que recebemos de todos os participantes”, finaliza.

O tratamento na rede municipal tem duração de três meses e um ano de acompanhamento. O tabagista tem acesso à avaliação clínica, reuniões em grupo e, por meio da Técnica Cognitiva Comportamental (TCC), passa a refletir o motivo que o leva a fumar e como esse hábito afeta sua saúde. Também recebe informação sobre os riscos deste vício, os benefícios de parar de fumar e definir a melhor forma de mudar esta rotina.

Este acompanhamento nas unidades fornece ainda orientações para que o fumante possa lidar com a síndrome de abstinência, com a dependência psicológica e os condicionamentos associados ao hábito de fumar, utilizando técnicas de relaxamento e autocontrole a dependência ao tabaco e o que leva a fumar, além de apoio medicamentoso, se necessário.

Os fumantes que poderão se beneficiar da utilização do apoio medicamentoso são aqueles que, além de participarem do tratamento intensivo em grupos, apresentam um grau elevado de dependência à nicotina, diagnosticados através de testes na entrevista inicial. Os medicamentos prescritos, após avaliação médica e se necessário, são terapia de reposição de nicotina, adesivo transdérmico, goma de mascar e cloridrato de bupropiona. O foco do tratamento é a abstinência, o cessar o fumo. A medicação é uma das escolhas, como apoio aos casos mais complexos, para os que estão vinculados a um grupo.

Tabagismo Eletrônico
Nos últimos anos, o Brasil tem observado um aumento considerável no número de indivíduos que adotam o uso de dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos como vapes, pods ou cigarros eletrônicos. Segundo dados do ano passado do Instituto de Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), cerca de 2,9 milhões de brasileiros fazem uso regular de vapes. Este número representa um aumento expressivo em relação ao ano anterior, quando 2,2 milhões de pessoas relataram utilizar esses dispositivos.

Conforme a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 16,8% dos adolescentes de 13 a 17 anos já experimentaram cigarros eletrônicos, com esse número subindo para 22,7% na faixa etária dos 16 aos 17 anos. Os cigarros eletrônicos exercem um forte apelo entre adolescentes devido à ampla gama de sabores e opções de condimentos especiais

Os vapes foram projetados para simular a experiência de fumar tabaco convencional e, geralmente, são compostos por três componentes principais: uma bateria, um atomizador (ou bobina) e um reservatório de líquido. Quando o usuário ativa o dispositivo, a bateria aquece o líquido, gerando vapor, que é inalado.

A médica pneumologista do Hospital do Servidor Público Municipal (HSPM), Josiele Aparecida de Souza, conta que os estudos demonstraram que os usuários frequentemente relatam sintomas respiratórios e sistêmicos, como tosse, chiado, irritação ou secura na boca ou garganta, tontura, falta de ar e alterações no paladar, além de congestão, fadiga durante as atividades físicas e gosto ruim na boca. Podem aumentar substancialmente os riscos de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e arritmias; doenças pulmonares, como infecções respiratórias, câncer de pulmão, asma, distúrbio do sono e lesão pulmonar.

“Os cigarros eletrônicos expõem os usuários a altos níveis de partículas ultrafinas, contém compostos tóxicos, como aldeído reativo (formaldeído e acroleína) e pode conter até 20 vezes mais nicotina que um cigarro comum, trazendo mais dependência”, alerta a pneumologista.

O uso crônico de cigarros eletrônicos pode causar doenças cardíacas, distúrbios pulmonares, dependência química, riscos para quem tem problemas respiratórios e exposição a substâncias químicas com potencial cancerígeno, como formaldeído, acetaldeído, acroleína, flavorizantes, compostas voláteis.

Quem quer deixar de fumar deve se dirigir a uma UBS e será encaminhado a uma unidade de referência para o Programa de Tratamento de Combate ao Tabagismo. A localização de todas as unidades está disponível na plataforma Busca Saúde: http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/

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