Divulgação/SP Parcerias
A Prefeitura assinou contrato de concessão do espaço que vai abrigar centros esportivos para futebol e modalidades olímpicas, além de área de apoio ao carnaval e empreendimentos associados para lojas, centro gastronômico, coworking, academia e rooftop
O prefeito Ricardo Nunes assinou, no dia 22 de janeiro de 2025 contrato de concessão com o Consórcio Cântaro SP, que será responsável pela implantação e operação do Parque Municipal Campo de Marte pelos próximos 35 anos. O espaço, localizado na Zona Norte da capital, especificamente na área do Campo de Marte, tem área de 406 mil metros quadrados e vai abrigar centros esportivos, área de apoio ao carnaval e empreendimentos associados para lojas, centro gastronômico, coworking, academia e rooftop.
“Uma ação como esta, feita sem recurso público e de qualidade excepcional para a cidade, representa um momento bastante importante. O Parque Campo de Marte será um ganho enorme para São Paulo, assim como fizemos com a concessão do Parque Ibirapuera, onde deixamos de gastar R$ 23 milhões por ano. Estão sendo feitos investimentos na cidade porque temos segurança jurídica, ninguém investe milhões de reais sem segurança jurídica”, afirmou o prefeito Ricardo Nunes.
O projeto prevê um investimento total estimado de R$ 202 milhões, com outorga inicial de R$ 308 mil (conforme proposta da licitante vencedora) e uma outorga variável de 1% a 5% da receita anual. Estima-se um custo operacional anual de R$ 24 milhões e uma receita bruta anual de R$ 57 milhões, com projeções de crescimento ao longo dos anos.
Foto: Divulgação/Infraero
Preservação
A entrega das intervenções deverá ocorrer em duas fases: a primeira, das obras iniciais (centro de convivência e área de apoio ao carnaval) com prazo de até 18 meses após a emissão da Ordem de Início e a segunda etapa, com a conclusão total das edificações do parque, prevista para até 48 meses após a Ordem de Início.
No total, há previsão do uso de 60% (225 mil m²) da área para preservação da vegetação existente e realização de atividades ao ar livre. Será obrigatório a oferta de atividades gratuitas para atender crianças, adolescentes, adultos e idosos. As opções vão variar de acordo com cada núcleo do parque.
“O Parque representa um presente para a Zona Norte e trata-se de uma concessão de 35 anos, com valor inicial de investimento de mais de R$ 200 milhões. Seus campos serão revitalizados e lá serão gerados 7 mil novos empregos, diretos e indiretos”, declarou o secretário do Verde e Meio Ambiente, Rodrigo Ashiuchi.
A criação do parque foi viabilizada depois que, em março de 2022, Município e União firmaram um acordo que encerrou um conflito iniciado em 1932, por conta da Revolução Constitucionalista. A Prefeitura de São Paulo ficou com uma área de 406 mil metros quadrados, 20% do terreno de mais de 2 milhões de metros quadrados. Os 80% restantes continuam sendo da União.
Para o diretor comercial da Concessionária Campo de Marte SPE S/A, Rafael Carvalho, a Prefeitura de São Paulo proporciona um ambiente muito saudável para que as empresas privadas consigam estruturar projetos de tamanha relevância. “Assim é possível que a iniciativa privada atue e traga para cidade um volume tão grande de investimento. A empresa tem a mais absoluta certeza de que 400 mil metros quadrados de um novo parque urbano, dentro de um distrito de entretenimento, vai fomentar a cultura do esporte e lazer em São Paulo. Não tem como dar errado, tem todos os pré-requisitos para que esse novo equipamento urbano, seja um grande sucesso.”
O projeto
O novo parque contará com espaços voltados a atividades esportivas, ambientais, culturais e de lazer, além de uma extensa área de preservação ambiental.
Com 400 mil m², o parque contará com 2.200 metros de pista de corrida e ciclovia, campos de futebol e 2.500 metros de trilhas para caminhadas, com estações de ginástica, em meio a uma vasta vegetação de Mata Atlântica preservada.
Terá um conceito de parque temático, com um Museu Aeroespacial integrado, que permite sua utilização como expansão da área de exposição, além de maximizar os usos de entretenimento e lazer públicos.
Entre as infraestruturas previstas, destacam-se: Playgrounds, Pista de skate,
Quadra de bocha, Equipamento esportivo voltado às modalidades olímpicas, Cinco centros de convivência voltados às práticas esportivas comunitárias, Estacionamento, Lojas e restaurantes, Sanitários acessíveis, Mobiliário urbano e Área de apoio logístico ao Carnaval.
As obras serão realizadas em duas fases, com previsão de conclusão de todas as intervenções obrigatórias até o quarto ano após a emissão da Ordem de Início. Contudo, a Concessionária Campo de Marte já assumirá a segurança e zeladoria da área e, com o avanço da implantação do parque, será responsável pela gestão, operação e manutenção dos equipamentos, e pela oferta de atividades de interesse coletivo abertas à população.
Quando tudo começou
O que muitos não sabem é que a solicitação do parque foi feita pelo Movimento Santana VIVA – que discute e elabora colaborativamente o Plano de Bairro de Santana – na audiência pública do Programa de Metas da gestão Haddad, em 13 de abril de 2013, no Auditório da Subprefeitura Santana/Tucuruvi.
Segundo o engenheiro e comerciante Jorge Ifraim, à época Conselheiro Participativo eleito para as gestões 2013/2015 e 2015/2017, “consta na Ata da Reunião, que na data, procurei abordar a questão da municipalização do Campo de Marte com a retirada da “asa fixa”, permanecendo os helicópteros, que na época, já respondiam por cerca de 85% das operações do aeroporto”.
“A propriedade e a posse do Campo de Marte estavam em litígio entre o município e a União, e temíamos que o governo da época resolvesse “zerar o déficit habitacional paulistano”, usando a área de mais de 2 milhões de m2 com localização estratégica para um gigantesco programa habitacional popular”, complementa o Conselheiro.
Mas a luta não parou por aí, no dia 8 de abril de 2017 (gestão João Dória), o Conselho Participativo Municipal anexou a ata da reunião de 2013 (com protocolo), através do Conselheiro Jorge Ifraim, com inclusão das demandas apresentadas anteriormente, ou seja, a desativação parcial do Campo de Marte (ficando apenas as operações com helicópteros) e liberando o restante da área para implantação de um parque que oferecesse esporte, cultura e lazer à região.
A criação do Parque Campo de Marte chegou a ser anunciada na Gestão João Doria (PSDB) em 2017, sendo viabilizada em 2023 após a assinatura de um acordo entre o Governo Federal e a Prefeitura.
No acordo, o poder municipal devolvia para a União o Campo de Marte, encerrando uma disputa judicial de mais de 80 anos pela área e com isso, quitando as dívidas da cidade de São Paulo com a União.
Fotos: Divulgação/SP Parcerias