• 23 de novembro de 2024

Mais de 30% dos jovens têm medo de não serem felizes na carreira

Foto: Joacob Lund/Noun Project

Pesquisa do Nube observa os anseios de quem chega agora no mercado

Uma coisa é certa: vislumbrar uma carreira de sucesso é o sonho de todos os estagiários, aprendizes e efetivos. Isso porque a realização profissional é um grande passo para a satisfação pessoal. Entretanto, há muitos obstáculos nesse caminho e é preciso ter coragem. Nesse sentido, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios realizou um levantamento em seu site, entre 29 de maio e 6 de junho, contando com a participação de 23.987 jovens de 15 a 29 anos, perguntando: “Do que você tem mais medo?”.

O que é o medo no ser humano e como reagir a ele?
Para Hugo Domenech, analista de treinamento e desenvolvimento do Nube, antes de tudo, é fundamental falar sobre o assunto. “Nossa sociedade é altamente machista e essa toxicidade imprime nas demonstrações as alcunhas de fraco e covarde. Isso é horrível”, iniciou. Portanto, antes de realmente se expressar, há diversas barreiras internas impedindo.

Porém, essa emoção é comum a todos. “É supernatural para os mamíferos. Por causa disso, nossos ancestrais se recolhiam nas cavernas à noite em vez de se tornarem alvos de predadores noturnos. Mesmo se aventurando para o desconhecido, esse sentimento os ajudava a caminhar com cautela”, comentou Domenech. Por isso, ele pontua: “só tem coragem quem tem medo antes”. Afinal, é uma forma de se resguardar diante o perigo. “Não tem nada de errado em se sentir assim”.

Contudo, o que fazer com esse temor? “Use-o. Ele vai te mostrar onde você se vê desconfortável e, nesse momento, respirar fundo e entender o porquê de seu corpo estar te mandando essa mensagem”, explicou. Isso, inclusive, é uma maneira de exercitar o autoconhecimento, prestando atenção nos detalhes e buscando constantemente sua origem.

O medo de não ser feliz na carreira é muito comum entre os jovens
Conforme a pesquisa do Nube, 38,51%, ou 9.237 dos votantes, apontaram o medo de não serem felizes na carreira. “A busca por esse sonho é uma aspiração natural de todo profissional e ele pode surgir devido à pressão social, expectativas pessoais e incertezas em relação ao futuro”, afirmou Domenech.

Principalmente para quem acabou de se formar no ensino médio, escolher qual trajeto seguir é um grande desafio e pode ser motivo para muita angústia. Entretanto, é preciso lembrar como essa jornada é construída dia após dia, sem colocar aquela tensão em decidir todo o seu amanhã de uma única vez. “A felicidade é um processo contínuo e cada indivíduo tem seu próprio caminho”, complementou o especialista.

Para lidar com essa emoção, é inevitável focar em si mesmo. “A chave está em procurar alinhamento com seus valores, interesses e propósitos, além de aprimorar habilidades e buscar meios de crescimento alinhadas com suas ambições e paixões”, recomendou o analista de treinamento e desenvolvimento do Nube.

Aqui, a autoconsciência também entra como uma aliada essencial. Por meio desse conhecimento, é possível compreender suas aptidões, desenvolver melhor seus pontos positivos e negativos, investigando em qual campo mais se encaixa. “Assim, você lida com o medo de uma maneira construtiva, transformando-o em uma força motivadora e direcionando-o para a sua própria evolução”, acrescentou.

Grande parcela dos jovens têm medo de falhar diante dos desafios profissionais
Segundo o estudo do Nube, 32,09% (7.698) possuem apreensão de falhar quando lhes derem desafios profissionais. No entanto, muitas coisas são estranhas à primeira vista e esse sentimento pode ser promotor para superar as dificuldades. “Primeiramente, é importante manter uma mentalidade otimista e encarar as adversidades como oportunidades de progresso”, evidenciou Domenech.

Todavia, buscar orientação e trabalhar em equipe também são fatores primordiais quando essa temática vem à tona. “Eles são determinantes para o sucesso. A prática da resiliência e da aprendizagem contínua são fundamentais para completar com êxito as demandas corporativas”.

Essa também é a principal recomendação para 7,17% (1.720) dos entrevistados, os quais disseram ter receio da forma como serão julgados no mercado de trabalho. “É comum ocorrer esses feedbacks, mas é imprescindível não se deixar levar. Avaliar o outro pode criar um espaço ruim e prejudicar a colaboração, bem como o aprimoramento em conjunto. Em vez disso, é vital cultivar a empatia e o respeito pelas diferenças”, exclamou o expert do Nube.

Uma cultura de respeito no ambiente de trabalho incentiva a satisfação profissional
Além disso, criar um ambiente inclusivo e diverso é indispensável para a pluralidade de experiências e soluções. “Isso contribui diretamente para um clima mais saudável e produtivo. Ao nos concentrarmos em entender e apoiar nossos colegas, criamos uma cultura de respeito perante a todos”, esclareceu.

Dessa forma, 6,80% (3.701) pontuaram o medo de serem criticados por suas ideias e opiniões. Contudo, mediante ao cenário descrito, isso fica mais distante de acontecer. “Pontuar suas considerações é crucial para contribuir de forma significativa com o time. Para evitar críticas desnecessárias, pratique a comunicação afetiva, ouça atentamente, articule de forma clara e objetiva, buscando sempre se adequar ao compartilhá-las”, indicou Domenech.

Como melhorar o relacionamento com os colegas de trabalho?
Por fim, 15,43% (3.701) afirmaram o temor de fazerem inimigos e causarem inveja enquanto constroem o próprio futuro. “Ao se expressar de forma respeitosa e assertiva, você cria um espaço para o diálogo aberto e saudável, promovendo o entendimento mútuo e evitando mal-entendidos”, contextualizou o analista.

Para quem quer melhorar as interações com os colegas de trabalho, Domenech listou algumas dicas. Veja:
– Cultive a empatia, cooperação e cordialidade;
– Invista em conhecer melhor quem te cerca, demonstrando interesse genuíno;
– Busque possibilidades de colaboração e ofereça ajuda quando possível.

Portanto, é imprescindível focar nesse relacionamento. “Ter amigos no meio empresarial traz benefícios como apoio emocional, melhor desenvolvimento de time e um clima favorável. Lembre-se: a correria entre as demandas corporativas e escolares acabam nos fazendo passar mais tempo com os colegas quando comparado com seus familiares. Logo, ter uma boa interação é crucial não somente para o seu bem-estar”, finalizou.

Fonte: Hugo Domenech, analista de treinamento e desenvolvimento do Nube.

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