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Foto: Divulgação
Campanha Brasil Sem Gaiolas pede apoio da sociedade pelo fim do confinamento extremo de animais criados para consumo humano
No dia 30 de novembro, as organizações de proteção animal, Animal Equality, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal e Proteção Animal Mundial lançaram a campanha “Brasil Sem Gaiolas“. O evento aconteceu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e teve a participação da ativista e influenciadora Luisa Mell como mestre de cerimônias. A campanha tem como objetivo apoiar o Projeto de Lei 5092/2023, que visa proibir, em âmbito federal, a utilização de gaiolas e sistemas de confinamento extremo de animais criados para a alimentação humana e extração de penas e peles. O PL é de autoria da Deputada Federal Professora Luciene Cavalcante (PSOL-SP) em coautoria com o Deputado Federal Felipe Beccari (UNIÃO-SP).
A autora do PL afirma que a sua maior bandeira política no legislativo federal é a Educação. Por este motivo, ela considera muito importante a campanha idealizada pelas organizações de proteção animal para conscientizar e educar a população sobre a importância de repensar práticas dolorosas que são realizadas com os animais. “Educar é tornar as pessoas melhores para viver em sociedade e para se relacionar com a natureza e com outros seres vivos. Não podemos mais aceitar que práticas como o confinamento extremo de animais sejam realizadas em pleno século XXI, quando a Ciência já comprovou que os animais são capazes de sentir emoções, assim como nós seres humanos, e também possuem inteligência”, afirmou a Deputada Luciene.
Animais confinados em espaços muito pequenos não conseguem se movimentar por toda sua vida e, por causa disso, são mais suscetíveis a altos níveis de estresse, sofrimento e a doenças, como foi demonstrado na investigação realizada pela Animal Equality Brasil. Um estudo avaliando galinhas produtoras de ovos e realizado pelo Welfare Footprint Project e publicado no livro Quantifying Pain in Laying Hens, encontrou evidências de que as aves enfrentam diversos tipos de dor física e psicológica, tanto no sistema de gaiola, quanto em sistemas livre de gaiola. Entretanto, os pesquisadores defendem que a transição para o sistema de gaiolas para o livre de gaiolas existe uma redução gigantesca no tempo e no nível de dor que cada ave enfrenta. Apenas para termos a dimensão da dor psicológica, o estudo encontrou evidências de que a intensidade da dor psicológica de não poder construir um ninho, antes da postura do ovo, pode ser comparável à dor física de fraturar um osso. O motivo é que o comportamento de se aninhar faz parte do comportamento natural das galinhas, o qual não pode ser expressado no sistema de gaiola.
Para Carla Lettieri, Diretora Executiva da Animal Equality, essa campanha pretende conscientizar a sociedade sobre a importância de protegermos a dignidade dos animais criados para fins de alimentação e pele. “Bois, vacas, porcos e galinhas são alguns dos animais mais afetados pelo confinamento extremo, mas existem outras espécies como codornas e coelhos, por exemplo, que também passam suas vidas inteiras confinados em pequenos espaços, onde não conseguem se locomover”.
No Brasil, existem 124 milhões de galinhas e cerca de 95% estão confinadas em espaços equivalentes a uma folha de caderno. Para os porcos a situação é bastante parecida, pois as porcas reprodutoras são mantidas em gaiolas durante a fase de gestação e depois, próximo a data do parto, são transferidas para gaiolas de maternidade e em ambas, sua mobilidade é severamente restrita, limitando-se a sentar, ficar em pé e deitar. As gaiolas, que são praticamente do tamanho do corpo do animal, contribuem para o atrito com as barras de ferro, resultando em ferimentos. Estima-se que 40% das porcas no Brasil passem toda a gestação em gaiolas e 99% passe toda a fase de lactação nas gaiolas de maternidade.
O Deputado Carlos Giannazi, autor de quatro projetos de proteção animal também elogia a iniciativa. “A mudança acontece quando as pessoas tomam conhecimento do problema. Infelizmente, a maioria das pessoas não tem a menor ideia do que acontece nas fazendas e granjas industriais, e por desconhecimento compram produtos de origem animal com muito sofrimento embutido, sofrimento esse com o qual elas provavelmente não concordam”, afirmou Giannazi.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela organização Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal – que também é idealizadora da Campanha – e realizada pelo Instituto Datafolha, 88% dos entrevistados responderam que se importam com o bem-estar animal. Taylison Santos, Diretor Executivo do Fórum também considera o lançamento da campanha um marco “A aprovação desse PL é crucial para garantir que o Brasil elimine práticas que são repudiadas pelos consumidores”.
A campanha “Brasil Sem Gaiolas” pretende mobilizar a sociedade e pressionar pelo avanço do Projeto de Lei 5092/2023, que representa um marco na proteção dos direitos animais no Brasil. Para saber mais e assinar a petição acesse: www.brasilsemgaiolas.org