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Imagem da Fachada – Divulgação
O Centro será construído em Santana para atende pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo e seus familiares
A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED) e da São Paulo Obras (SP Obras), lançou no dia 8 de março, a Pedra Fundamental do 1º Centro Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (Centro TEA), no antigo CE Santaninha – Av. Santos Dumont, 1318, Zona Norte.
O lançamento marca o início das obras do 1º Centro Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo, o qual tem, como objetivo, a promoção da inclusão e acolhimento de quem está no espectro, bem como de seus familiares. Sua inauguração está prevista para novembro deste ano.
A data escolhida para marcar este momento na cidade de São Paulo é o Dia Internacional da Mulher, designada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com a finalidade de lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. O Centro TEA possui diversos propósitos e um deles é trazer dignidade para a vida de quem cuida, que são principalmente as mulheres.
A SPObras, vinculada à Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (SIURB), é a responsável por executar programas, projetos e obras definidos pela Administração Municipal. Ela possui a gerência e a licitação do contrato do espaço. A construtora que ficará encarregada de construir o Centro TEA, com o prazo de execução de oito meses e de vigência, 11 meses, é a Lemam Construções e Comércio S.A, no valor de R$ 38.760.838,84 (trinta e oito milhões, setecentos e sessenta mil, oitocentos e trinta e oito reais e oitenta e quatro centavos).
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) reúne desordens do desenvolvimento neurológico presentes desde o nascimento ou começo da infância. As pessoas dentro desse espectro podem apresentar dificuldades na comunicação ou interação social (como nas linguagens verbal ou não verbal e na reciprocidade socioemocional) e padrões restritos e repetitivos de comportamento, como movimentos contínuos, interesses fixos e hipo ou hipersensibilidade a estímulos sensoriais. Todos os pacientes com autismo partilham destas dificuldades, mas cada um deles será afetado em intensidades diferentes, o que resultará em situações bem particulares mas que acompanham a pessoa por todas as etapas da vida.
Com o olhar para este público, a Prefeitura de São Paulo implementou, como parte de seu Programa de Metas, a Meta 21, a criação do 1º Centro Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo em adição a outras iniciativas — como adquirir equipamentos de reabilitação e realizar capacitações e conscientização acerca da temática. A construção do Centro TEA também está fixado no Plano Municipal de Ações para Pessoas com Deficiência, da SMPED.
O equipamento, que é pioneiro na América Latina, será construído em um área de 5.000 m². Vale dizer que ele não será uma Clínica Escola, uma vez que a rede municipal já possui os serviços destinados às pessoas com TEA, como, por exemplo, o Centro Especializado em Reabilitação (CER) e o serviço da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O 1º Centro Municipal para Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo de São Paulo atenderá crianças, jovens, adultos e idosos. A faixa etária inicial para receber a assistência do espaço será a de 6 (seis) anos, sendo que o Centro TEA priorizará os jovens, adultos e idosos – buscando lhes proporcionar um acompanhamento digno ao longo de suas vidas.
A SMPED será a gestora do equipamento. Após alguns estudos, está previsto que, para os primeiros seis meses em fase piloto, o Centro TEA receba cerca de 1.000 pessoas por dia e realize uma média de 20 mil atendimentos por mês, entre pessoas com autismo e seus familiares. Além disso, há um estudo em colaboração com a rede municipal para definir como será a porta de entrada desses atendimentos.
As atividades que serão oferecidas estão divididas em cinco eixos: Cultura, Esportes, Trabalho e Empreendedorismo, Cursos de Formação, Bem-estar e Autonomia Social. Além delas, acontecerão Atividades Externas que visam enriquecer ainda mais a experiência dos usuários, com oportunidades únicas de interação com o ambiente externo, integração com a comunidade e exploração de novas habilidades e interesses.
O primeiro segmento, o de cultura, abrange aulas de música, sessões de cinema com temáticas que gerem discussões e reflexões, exposições sensoriais acessíveis, festivais e eventos culturais inclusivos, literatura e contação de histórias, oficinas de artes plásticas e dança, teatro sensorial — a fim de estimular os sentidos e trazer experiências imersivas — e workshop de fotografia.
As ações voltadas para o esporte visam disciplina, autoconfiança, interação social, desenvolvimento de habilidades motoras e coordenação, concentração e bem estar. Artes marciais, natação e hidroginástica, tênis de mesa, caminhada ao ar livre, yoga e tai chi chuan fazem parte do programa. Já os esportes em equipe, como futebol, basquete e vôlei, serão totalmente adaptados para que possam atender às necessidades individuais do público-alvo.
Para o bem-estar e autonomia social, a proposta é criar clubes ou grupos de interesse com base em hobbies, interesses e atividades preferidas dos participantes, proporcionando oportunidades para interações sociais significativas e o desenvolvimento de conexões com outras pessoas. Também serão organizados eventos sociais e celebrações comunitárias, como festas temáticas, festivais culturais, comemorações de datas especiais e encontros informais. Vale citar, por fim, os grupos de apoio e autoajuda que serão organizados pelo Centro TEA. Neles, diversas pessoas com TEA poderão participar de encontros regulares para compartilhar experiências, desafios e estratégias de enfrentamento.
A programação do Centro TEA contará com workshops e atividades práticas que terão, como intuito, desenvolver habilidades sociais como iniciar e manter conversas, fazer e responder perguntas, expressar sentimentos e opiniões de forma adequada e compreender pistas sociais. Também serão oferecidos programas de inclusão digital, com treinamento em tecnologia assistiva e habilidades digitais básicas; programas de voluntariado e engajamento comunitário, por meio do qual pessoas com TEA poderão desenvolver habilidades práticas e estabelecer conexões sociais significativas; treinamento em autonomia pessoal, com sessões de treinamento prático em habilidades da vida diária; e, por fim, treinamento em habilidades de empregabilidade, com workshops e orientação prática em habilidades relacionadas ao emprego.
Dentre os cursos de formação permanente que serão tocados no Centro TEA, destacamos o curso sobre Acompanhamento e Inclusão Escolar de Alunos com TEA, direcionado a coordenadores pedagógicos, psicólogos escolares e outros profissionais envolvidos na gestão escolar; e o curso de Atendimento Multidisciplinar em TEA, que oferece treinamento em abordagens terapêuticas para o tratamento e intervenção em TEA, incluindo ABA (Análise do Comportamento Aplicada), TEACCH (Tratamento e Educação de Crianças com Autismo e Dificuldades de Comunicação Relacionadas à Interação Social), entre outras.
O curso de Autogestão e Autodeterminação foi desenvolvido especificamente para pessoas com TEA. Ele oferece suporte para o desenvolvimento de habilidades de defesa de direitos, autogestão e a tomada de decisões em diversas áreas da vida, como educação, trabalho, relacionamentos e vida cotidiana. Por sua vez, o curso de autonomia para a Vida Adulta Independente visa capacitar jovens adultos a adquirirem habilidades essenciais para uma vida independente e bem-sucedida, abordando temas como gestão financeira, habilidades domésticas, relações interpessoais e autocuidado. Enfim, o curso de Comunicação Alternativa e Suplementar (CAS) é focado em capacitar profissionais da área da educação e da saúde a utilizar sistemas de comunicação alternativa, como PECS (Sistema de Comunicação por Troca de Figuras) e dispositivos de comunicação assistida por computador (AAC), para apoiar a comunicação de pessoas com TEA. Para aqueles que são cuidadores de idosos e pessoas com deficiência, haverá um treinamento em cuidados básicos, segurança, higiene e acompanhamento de idosos e pessoas com deficiência.
Outros dois cursos oferecidos pelo Centro TEA serão o de Estratégias de Apoio para Familiares de Pessoas com TEA e o de Estratégias de Ensino e Aprendizagem para Alunos com TEA. O primeiro será destinado a pais e mães, cuidadores e familiares de pessoas com TEA, enquanto o segundo será voltado para professores e educadores. Para os profissionais de saúde, haverá o curso de Intervenção Precoce e Desenvolvimento Infantil, com foco na detecção precoce e na promoção de habilidades socioemocionais, linguísticas e motoras. Vale citar ainda o curso de Nutrição e Educação Alimentar para pessoas com TEA, destinado a profissionais da saúde, educadores e familiares de pessoas com TEA; a Oficina de Jardinagem Sensorial, onde pessoas com TEA poderão explorar diferentes texturas, aromas e cores de plantas e flores; e a Sensibilização e Formação Inclusiva, com atividades de educação inclusiva para conscientizar a comunidade, familiares, instituições e profissionais da rede pública sobre as necessidades e capacidades das pessoas com TEA.
Sobre as ações voltadas ao trabalho e empreendedorismo da pessoa com autismo, o Centro TEA oferecerá a este público capacitação em técnicas de artesanato e manualidade (costura, bordado, pintura, trabalhos manuais, entre outros), bem como capacitação em assistência de vendas e outras habilidades relacionadas ao comércio varejista. Também haverá os seguintes cursos profissionalizantes: um curso sobre atendimento ao cliente e serviços de hospitalidade, voltado ao trabalho em setores como hotéis, restaurantes, bares e serviços de turismo; curso de auxiliar administrativo, com treinamento em habilidades administrativas básicas (organização de documentos, atendimento telefônico, utilização de softwares…); curso de auxiliar de biblioteca, com formação em organização de livros, atendimento ao público, empréstimo e devolução de material; curso de auxiliar de cozinha, que ensinará técnicas básicas de culinária e organização da cozinha; curso para cuidador de idosos e pessoas com deficiência, que formará cuidadores em residências ou instituições de saúde; curso de informática básica, com formação introdutória a noções como navegação na internet, e-mails, utilização de programas simples; e, por fim, o curso de operador de caixa, com o treinamento em operações como o manuseio de dinheiro, registro de vendas e atendimento ao cliente.
Por fim, elencamos também o espaço de coworking e networking do Centro TEA, no qual ocorrerão algumas das diversas atividades e ações para o público com autismo, seus familiares e seus acompanhantes. O espaço de coworking e networking será um ambiente físico com diversas mesas de trabalho compartilhadas, estações individuais, salas de reunião e áreas de convivência — todas equipadas com os melhores recursos e internet de alta velocidade. Haverá certa flexibilidade em termos de horários, a fim de que todas as necessidades dos usuários sejam atendidas. Afinal de contas, o objetivo do espaço de coworking e networking é justamente o de criar uma comunidade colaborativa na qual profissionais de diversas áreas possam interagir e trocar oportunidades de negócios em meio aos eventos, workshops e atividades de networking programados pelo Centro TEA. Em outras palavras, o espaço será um ambiente de trabalho produtivo e motivador, que instigará a criatividade, a inovação e o foco nos projetos profissionais e pessoais.