• 22 de novembro de 2024

Teatro Alfredo Mesquita: Solo de palhaçaria reflete sobre o amor em tempos de relações fragmentadas

Fotos: Ariane Artioli

A atriz e escritora Renata Bortoleto leva pela primeira vez ao palco a filosófica e poética Palhaça Fólica

 

Num mundo de relações impessoais e/ou virtuais, ainda existe espaço para o amor? Este é um sentimento fora de moda ou continua sendo uma das nossas grandes buscas? Mesmo com as mudanças dos tempos e também das conexões humanas, será que alguém consegue escapar deste desejo?

Em temporada que começa no 28 de junho, no Teatro Alfredo Mesquita, em São Paulo, o solo “Uma Finda Tarde de Eterno Amor” coloca luz sob estas questões, marcando a estreia da Palhaça Fólica nos palcos paulistanos. O espetáculo é uma iniciativa da atriz e escritora Renata Bortoleto, com dramaturgia construída em cocriação com Lu Lopes (Palhaça Rubra).

Fólica mora num teatro abandonado na companhia de um jacaré mimado (seu animal de estimação), o ácaro que mora no teto mofado (uma espécie de “Deus” preguiçoso com quem troca reflexões) e uma sábia vagalume, uma inspiradora conselheira. Mesmo convivendo com estes seres únicos e muito especiais, ela se sente sozinha: em suas dúvidas e inseguranças, procura por amores que só existem em sua cabeça, mas que nunca são realizados.

Em sua jornada, Fólica acaba conhecendo Benjamin, em quem passa a projetar todas as suas expectativas e ilusões, num mergulho emocional e cômico. A partir deste encontro e de diálogos com seus bichos, que também a ajudam a decifrar suas inquietações, novos sentimentos vão se revelando e, a partir deles, novas descobertas sobre ela própria e sua relação com mundo.

“No processo de busca da Fólica, fui me deparando com seu caráter romântico, antigo, até meio desconectado destes nossos tempos ‘modernos’, tão líquidos e tão digitais, mas também descobri que a história que eu queria contar tinha a ver com a forma como queremos nos enxergar nas nossas próprias vidas, no nosso vínculo com as pessoas e na maneira como afetamos o outro e deixamos nos afetamos”, explica a atriz.

Renata usa a comicidade, o improviso e a poesia no jogo com a plateia, transportando para cena seu trabalho como jornalista e escritora. Usa o recurso da escrita improvisada, ao vivo, durante o espetáculo e anota o que percebe do mundo. Interage com o público lendo as anotações registradas em seu diário, dando vida a uma palhaça com a alma filosófica, cômica e poética.

Serviço:
Temporada: De 28 de junho a 21 de julho
Horário: Sextas (21h), sábados (21h) e domingos (19h)
Classificação livre
Duração: 50 minutos
Teatro Alfredo Mesquita – Avenida Santos Dumont, 1770, Santana, São Paulo/SP.
Ingressos: R$ 30 (inteira) | R$ 15 (meia)
Vendas: Sympla (https://www.sympla.com.br/produtor/palhacafolica) ou direito na bilheteria do teatro.

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