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Foto: Freepik
Saber que precauções tomar e estar atento aos sinais dados por cães e gatos são pontos essenciais para a prevenção e diagnóstico
A diabetes atinge quase 17 milhões de adultos no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, de 2021. Porém, engana-se quem pensa que a doença atinge apenas humanos: de acordo com dados apontados por especialistas do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo, a frequência da diabates em cães no geral é de até 1,3%; em gatos, até 1%.
Victória Rodrigues, veterinária endocrinologista, detalha a doença que também atinge os pets. “A diabetes primária, caracterizada pela destruição das células responsáveis pela produção de insulina, é mais comum em cães. Já a diabetes secundária é a mais diagnosticada em gatos e envolve a deficiência relativa ou absoluta de insulina, mais a presença de resistência insulínica”, comenta.
Para orientar melhor os tutores, os especialistas explicam que certas raças caninas têm maior predisposição genética, como Cocker Spaniels, Golden Retrievers, Labradores, Lulus-da-Pomerânia, Terriers, Poodles Toy e mestiços dessas raças. Já em relação à predisposição racial dos felinos, os veterinários alegam que é mais complicado afirmar; porém, alguns estudos apontam que os Birmaneses, Noruegueses da floresta, Abissínios e Tonquineses são os mais acometidos.
Estar atento aos sintomas e predisposições são fatores primordiais no combate e na prevenção da doença. Mudanças no comportamento, por exemplo, podem ser indicadores que o pet está com início da diabetes. “Cansaço, diminuição da interação com os membros da família e descuido com a aparência do pelo (redução do grooming) são alguns dos fatores”, comenta também Igor Guedes, endocrinologista do Nouvet.
Os bichinhos também podem ter dor associada a neuropatia diabética, isto é, dores ao se movimentar (mais frequente em felinos), além de irritabilidade/dor ao toque nos membros acometidos. Outros sintomas evidentes são perda de peso, aumento do apetite, aumento da sede e da ingestão de água, aumento do volume de urina e quantidade de micções.
Para efetuar um diagnóstico quando há suspeita da doença, os veterinários realizam associação dos sinais clínicos e exames complementares, dentre eles, hemograma e perfil bioquímico básicos, com mensuração da glicemia em jejum, presença de glicose na urina e ultrassonografia abdominal.
Em felinos, por apresentarem hiperglicemia por estresse mais marcante em comparação a outras espécies, são associadas outras ferramentas para diagnóstico: frutosamina/hemoglobina glicada, além da glicose sanguínea.
Como prevenir e que cuidados os tutores devem ter
Os endocrinologistas do Nouvet explicam que a principal forma de prevenir complicações da diabetes nos pets é manter visitas regulares ao veterinário para realizar check-ups, permitindo a identificação precoce da doença, além de se atentar aos sinais clínicos. Outras orientações são garantir que os bichinhos tenham uma alimentação adequada, pois auxilia no controle da glicose e de lipídios no sangue; realizem exercícios físicos regularmente; e mantenham o controle do peso.
Uma recomendação, tanto contra a diabetes quanto outras doenças, como de fígado e da vesícula biliar, é evitar ou limitar o fornecimento de petiscos para suprir necessidades emocionais ou como expressão de carinho aos pets. Esse “carinho” pode trazer sobrepeso, obesidade e hiperlipidemia, ou seja, altos níveis de gordura no sangue.
Em caso de dúvidas quanto à orientação, ou se o pet se mostra refratário ao tratamento proposto pelo clínico geral, é importante orientar o atendimento com endocrinologista veterinário, e/ou nutrólogo veterinário.