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Imagem: Reprodução/Internet
Gosto sempre de lembrar de um ditado muito antigo, mas ainda extremamente atual, da autoria do filósofo grego pré-socrático Heráclito que dizia “Nada é permanente, exceto a mudança”. Essa frase foi cunhada no contexto de sua filosofia que pregava a constante mudança das coisas na natureza, sendo este um movimento natural e incontrolável.
Com as devidas proporções, podemos utilizar este célebre ditado para explicar que o tempo é um fator que causa alterações nos estados das coisas, sejam materiais ou imateriais. Esses impactos podem ser insignificantes ou extremamente relevantes para o conceito de algo.
Significa que este giro sobre a essência das coisas é um fato que faz parte de nossa realidade. Podemos, como seres humanos, tentar envidar esforços para controlar este impacto, mas não conseguimos neutralizá-lo.
Algumas coisas são mais fáceis de serem controladas. Como exemplo, sobre o nosso cabelo: podemos realizar um corte de nossa preferência, deixá-lo crescer. Em algum momento, com o avanço da idade, nosso cabelo pode começar a cair ou se tornar branco. Ainda assim, temos meios de tentar reverter a ação do tempo sobre nosso cabelo: podemos utilizando medicamentos, fitoterápicos ou produtos químicos diversos que visem frear ou mesmo reverter a ação do tempo. Existe até a possibilidade de fazermos um implante capilar. Por fim, chegará a um momento em que nossas ações parecem não mais ser suficientes para evitar o desfecho inexorável, até então, de que nosso cabelo começará a cair ou ficará branco.
O exemplo acima é um dentre as infinitas hipóteses que podemos suscitar de como o tempo exerce um poder eficiente para a mutação das coisas.
Os humanos, os únicos seres, até onde conhecemos, capazes de raciocinar de maneira lógica, de alterar o status quo da natureza através de suas ações intencionalmente, tendem a desenvolver maneiras de contornar limitações, superar problemas. Temos a criação do conhecimento científico necessário para esta manipulação, chamado de “tecnologia”.
A tecnologia é utilizada pelos humanos para saírem de um estado atávico, originário, onde ficamos completamente suscetíveis aos eventos naturais que trazem resultados indesejáveis. Dentre eles, temos o tempo, que é uma força de ordem natural e estudada pelas ciências naturais. O tempo jamais foi ou aparentemente será controlado pelo homem, o que o torna isento de qualquer artifício humano.
No entanto, se não podemos controlar o tempo, podemos tentar controlar os efeitos causados pelo tempo. É neste aspecto que a tecnologia vem sendo empregada constantemente, com altos e baixos, para minimizar seus efeitos ao máximo possível.
Dr. Rubens Luiz Schmidt Rodrigues Massaro
Advogado, professor e mestre em direito.