• 5 de novembro de 2024

ZN terá espaço de 5 mil metros quadrados voltado para pessoas com Autismo e seus familiares

Imagens: Divulgação/Prefeitura de SP

Pioneiro na América Latina, o local contará com atividades culturais, esportivas, de trabalho e empreendedorismo, além de cursos de formação de bem-estar e autonomia social

O primeiro Centro Municipal da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo já é uma realidade para a cidade de São Paulo. As obras, iniciadas no dia 08 de março, marcam o início de um projeto pioneiro na América Latina que irá revolucionar a atenção às pessoas com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

Serão 5.000m² construídos no antigo CE Santaninha, localizado na Av. Santos Dumont, 1318, zona Norte, local com fácil acesso ao transporte público.

O Centro, que está no Programa de Metas da Prefeitura de São Paulo como a Meta 21 e no Plano Municipal de Ações para Pessoas com Deficiência, da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED), foi elaborado por meio de reuniões com munícipes que ansiavam por uma qualidade de vida melhor para pessoas com autismo e de estudos incessantes da área técnica da pasta.

A Rede Municipal já conta com serviços destinados para quem está no espectro. Como por exemplo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) que disponibiliza o Centro Especializado em Reabilitação (CER) que é um ponto de atenção ambulatorial especializada em reabilitação que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de recursos e dispositivos de Tecnologia Assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde no território. A capital conta com 34 unidades que podem ser conferidas por meio do site da SMS. Logo, vale ressaltar, que o local não será uma Clínica Escola, tendo em vista que a proposta é totalmente oposta.

A proposta tem o objetivo de promover a promoção da inclusão e acolhimento de pessoas com TEA e cuidar de quem cuida: a família. Como citado anteriormente, os familiares seguem em esgotamento mental e físico buscando a saída para o bem-estar. O Centro TEA será o local ideal para que seja condicionada essa forma de viver mais confortável.

Daniela Foroni, mãe do Pedro (26) que está no espectro e uma das fundadoras da Azuis da Leste, associação composta 100% por mulheres que acolhem e orientam famílias de pessoas com deficiência, destaca a importância do local: ‘’Ele vem carregado de esperanças, que as coisas podem e tem que melhorar, e tem que existir. Vai ser um marco , vai acionar outras coisas, outras possibilidades e oportunidades para esse público.’’

Para Bárbara Louise, diagnosticada com autismo na fase adulta, psicopedagoga e diretora do projeto Autistas Alviverdes — torcida palmeirense, que possui o objetivo de promover inclusão e acessibilidade no futebol, dentro e fora de campo — ‘’O Centro TEA é muito mais do que um espaço físico, é uma ação de esperança e um apoio para toda comunidade com autismo e suas famílias.’’

As atividades que serão oferecidas estão divididas em cinco eixos estratégicos: Cultura, Esportes, Trabalho e Empreendedorismo, Cursos de Formação e Bem-estar e Autonomia Social.

O primeiro eixo, o de Cultura, será o alicerce para a promoção da expressão artística e cultural, incentivando a criatividade e a apreciação das diversas formas de manifestação artística. Serão oferecidas oficinas de música, dança, teatro, pintura e outras atividades que permitam a expressão individual e coletiva, enriquecendo o repertório cultural dos usuários e promovendo a inclusão por meio da arte.

Por meio do eixo dos Esportes, visamos promover a saúde física e mental, além de estimular o trabalho em equipe e a quebra de barreiras. Serão oferecidas atividades esportivas adequadas às necessidades individuais, proporcionando um ambiente inclusivo onde todos possam participar e se desenvolver. O Centro incentivará a prática de modalidades como natação, atletismo, futebol, entre outros.

O eixo do Bem-estar e Autonomia Social visa promover o equilíbrio emocional e o desenvolvimento de habilidades sociais essenciais para a vida em sociedade. Serão oferecidas atividades que proporcionarão um espaço seguro para o compartilhamento de experiências e o fortalecimento dos vínculos sociais, contribuindo para o desenvolvimento de uma autonomia plena, melhor qualidade de vida e preparando-os para os desafios da vida adulta. Como por exemplo, treinamento em autonomia pessoal em que serão oferecidas sessões de treinamento prático em habilidade da vida diária: cuidados pessoais, higiene, preparação de refeições simples, utilização do transporte público e gerenciamento financeiro básico.

Os Cursos de Formação tem como objetivo proporcionar oportunidades de aprendizado e desenvolvimento pessoal, oferecendo capacitações em diversas áreas do conhecimento. Serão ministrados cursos de idiomas, informática, habilidades sociais, entre outros, com o intuito de ampliar os horizontes dos usuários e fortalecer sua autoconfiança.

O eixo do Trabalho e Empreendedorismo visa capacitar os atendidos para o mercado de trabalho e estimular o desenvolvimento de habilidades empreendedoras. Serão oferecidos programas de capacitação profissional, estágios e oportunidades de emprego, além de incentivar o desenvolvimento de projetos empreendedores, possibilitando a autonomia financeira e a inserção social de quem está no espectro.

Por fim, elencamos também o espaço de coworking e networking do Centro TEA, no qual ocorrerão algumas das diversas atividades e ações para o público com autismo, seus familiares e seus acompanhantes. O espaço de coworking e networking será um ambiente físico com diversas mesas de trabalho compartilhadas, estações individuais, salas de reunião e áreas de convivência — todas equipadas com os melhores recursos e internet de alta velocidade. Haverá certa flexibilidade em termos de horários, a fim de que todas as necessidades dos usuários sejam atendidas. Afinal de contas, o objetivo do espaço de coworking e networking é justamente o de criar uma comunidade colaborativa na qual profissionais de diversas áreas possam interagir e trocar oportunidades de negócios em meio aos eventos, workshops e atividades de networking programados pelo Centro TEA. Em outras palavras, o espaço será um ambiente de trabalho produtivo e motivador, que instigará a criatividade, a inovação e o foco nos projetos profissionais e pessoais.

A SMPED será a gestora do equipamento. Após alguns estudos, está previsto que, para os primeiros seis meses em fase piloto, o Centro TEA receba cerca de 1.000 pessoas por dia e realize uma média de 20 mil atendimentos por mês, entre pessoas com autismo e seus familiares. Além disso, há um estudo em colaboração com a rede municipal para definir como será a porta de entrada desses atendimentos.

O local atenderá crianças, jovens, adultos e idosos. A faixa etária inicial para receber a assistência do espaço será a de 6 (seis) anos, sendo que o Centro TEA priorizará os três últimos grupos em reconhecimento à menor atenção que muitas vezes recebem — e buscando lhes proporcionar um acompanhamento digno ao longo de suas vidas.

A identidade visual do local ficará por conta de Rio Sora, uma criança de seis anos que aos dois foi diagnosticada no espectro. O menino tem sensibilidade auditiva e muita sensibilidade para entender o mundo através das formas de arte, e foi assim entre um e dois anos que começou a mergulhar na imaginação da arte com o estímulo de seus pais. Ele tem sua grande inspiração a cidade de São Paulo que possui um Museu de Arte de Rua à céu aberto com infinitas formas de grafite.

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