• 5 de novembro de 2024

Acrofobia: Existe cura para o medo de altura?

Foto: Maxximmm1/Depositphotos.com

Por trás desta fobia outras questões podem estar se manifestando e devem ser tratadas, para auxiliar no equilíbrio emocional do ser humano

 

Quem não conhece alguém que sente muito medo de altura? Pois é, esse é um tipo de medo muito comum entre as pessoas. Muitas reclamam dessa sensação e, em alguns casos, a situação é tão severa que, é preciso a ajuda medicamentosa para controlar o equilíbrio e auxiliar nosso combate à sensação incomoda e desagradável. Essa fobia é denominada Acrofobia. Uma fobia específica que, é um considerada como um tipo de transtorno de ansiedade.

Como muitos transtornos fóbicos, a acrofobia, gera nos pacientes medos excessivos, embaraçosos e incapacitantes que, na maioria das vezes, dificultam suas relações sociais e atrapalham o ritmo normal da vida. A sensação de frio na barriga ao olhar pela janela de um prédio alto, atravessar uma ponte, andar em uma roda gigante, andar de avião, escadas, elevador, por exemplo, é muito mais intensa em quem sofre de acrofobia do que em qualquer outra pessoa não acometia por esse transtorno.

Em condições normais, sentir medo de altura seria apenas um alerta natural do corpo para a iminência de algum perigo. No caso de um acrofóbico, esse alerta pode desencadear muitas outras sensações conflitantes e desesperadoras, a ponto de desequilibrar todo o emocional, bem como o biológico do indivíduo.

Sabemos que os transtornos de ansiedade afetam milhões de pessoas ao redor do mundo, e nos últimos dois anos após pandemia, temos constatado uma elevação considerável desses números. Porém, a identificação ou constatação de que algo precisa ser feito, ou medidas precisam ser tomadas, é quando a situação chega ao ponto de atrapalhar e prejudicar o cotidiano, dificultando compromissos, momentos de lazer e a socialização em geral.

O transtorno pode afetar crianças e adultos e não podemos dizer que existe uma causa específica, a acrofobia, pode ser estimulada por vários fatores. Um deles pode estar associado ao próprio instinto de sobrevivência que é natural de todo e qualquer ser humano. Olhando pelo lado positivo, ele é benéfico porque pode nos ajudar a evitar riscos desnecessários.

O grande problema é quando esse mecanismo extrapola o ideal e entra em um processo excessivo, violando os limites do aceitável e gerando traumas e desencadeando transtornos de ansiedade. No entanto, alguns pacientes carregam a acrofobia ao longo da vida em função de traumas passados relacionados, especificamente, a desconforto por ansiedade de altura ou quedas.

Porém, também não podemos esquecer que o medo de altura pode estar relacionado ao distúrbio vestibular, mas comumente falando, uma labirintite que tem em seus sintomas específicos, a ansiedade relacionada a alturas intensas ou quedas, associada ao equilíbrio postural e percepção da aceleração e da sensação da gravidade.

Os sintomas fisiológicos e mentais associados a acrofobia são: ataques de pânico, ansiedade exagerada, mal-estar, nervosismo, agitação, tensão muscular, palpitação cardíaca, vertigem, tremor, falta de ar, respiração acelerada, náuseas, tontura, sudorese intensa, entre outros.

O tratamento da acrofobia, medo de altura, deve ser feito por especialistas relacionados à saúde mental que podem, através de ferramentas específicas, identificar quais os gatilhos geram essa fobia no indivíduo e em que bases estão fixadas as fragilidades que alimentam o medo e prejudicam a qualidade de vida deste.

Inclusive, um dos maiores objetivos do tratamento é impedir ações da depressão que podem dificultar ainda mais a recuperação efetiva do paciente.

Portanto, o medo de altura não é uma bobagem. Por trás desta fobia outras questões podem estar se manifestando e devem ser tratadas, para auxiliar no equilíbrio emocional do ser humano que se vê preso a questões relacionadas à ansiedade e ao desequilíbrio psíquico. A procura por informações e ajuda psicoterápica para o tratamento é de extrema importância para garantir mais qualidade de vida e independência para quem sofre desse transtorno.

Dra. Andréa Ladislau
Psicanalista

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