• 18 de maio de 2024

Entenda qual adoçante é o ideal para você

Foto: Shutterstock

Especialista explica como diferenciar e escolher os adoçantes

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os brasileiros consomem em média 18 colheres de chá de açúcar por dia, o equivalente a cerca de 30kg de açúcar por ano, ultrapassando o limite considerado saudável de 12 colheres de chá por dia¹. Os números acendem um alerta importante: hábitos saudáveis é um tema urgente e vem se tornando prioridade no consumo dos indivíduos.

À medida que a conscientização sobre hábitos alimentares saudáveis aumenta, os adoçantes assumem um papel essencial nas escolhas diárias de consumidores em todo o mundo. Os adoçantes, sejam naturais ou artificiais, são importantes aliados na busca por opções de baixa caloria, essenciais para aqueles que buscam diminuir o consumo de açúcar.

Em razão da vasta variedade no mercado, escolher o adoçante certo pode ser desafiador. Para sanar as dúvidas dos consumidores, o especialista em saúde, Dr. Márcio de Queiroz Elias CRM: 82.558, respondeu algumas perguntas que podem auxiliar nesta decisão, promovendo estilos de vida mais saudáveis. Confira!

Qual a principal diferença entre o açúcar e o adoçante?
O açúcar refinado é obtido principalmente da cana de açúcar. No processo de refinamento, há a remoção dos nutrientes contidos na cana, por isso, ele é rapidamente digerido, o que provoca o aumento dos níveis de glicose. O açúcar mascavo e o orgânico são mais saudáveis do ponto de vista nutricional, por conterem mais nutrientes, pois são menos refinados, mas também provocam oscilações na glicose e favorecem o ganho de peso. Já os adoçantes são edulcorantes, substâncias naturais ou artificiais, responsáveis pelo sabor doce. Possuem poder adoçante geralmente muito maior que o açúcar produzido da cana-de-açúcar.

Existe algum risco ao consumir adoçantes?
O consumo dos adoçantes é embasado em estudos de segurança. Eles são exaustivamente investigados quanto à segurança com centenas de estudos científicos e, em seguida, aprovados por diferentes autoridades regulatórias como pelo FDA dos EUA, pelo Comitê Conjunto de Especialistas FAO/OMS em Aditivos Alimentares (JECFA), pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), pela Autoridade Estatutária no Portfólio de Saúde do Governo Australiano (FSANZ) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Brasil, sem restrições ou embargos de uso dos adoçantes usados hoje.

Como escolher o melhor tipo de adoçante?
Para saber qual o melhor adoçante para cada pessoa, primeiramente é válido conhecer quais são as opções disponíveis no mercado e escolher a que se encaixa melhor no seu estilo de vida, objetivo do uso e paladar, além de valor de desembolso. Também seria muito útil conhecer os seus limites de consumo diário recomendados. Outro ponto importante no momento da escolha do seu adoçante é optar pelo formato que mais lhe agrade, pois existem no Brasil diferentes apresentações, como líquidos e pós, sendo que a versão em pó de algumas marcas podem ser utilizada no preparo de receitas. A sacarina, sucralose, stévia, taumatina, xilitol e eritritol, podem ir ao fogo.

Quais são as diferenças entre os tipos de adoçantes?
Os edulcorantes podem ser naturais ou artificiais (sintéticos). Adoçantes Naturais: são obtidos a partir de vegetais que não passam por reações químicas: xilitol, eritritol, taumatina, estévia, manitol, maltitol. Adoçantes artificiais: são os adoçantes fabricados por meio de reações químicas: acessulfame, aspartame, ciclamato, sacarina, sucralose, neotame.

Quais substâncias são mais naturais?
Os adoçantes naturais são extraídos de vegetais e frutas, como:
Xilitol: É extraído de vegetais e frutas, por exemplo milho de fontes não-transgênicas. O produto tem baixo índice-glicêmico, podendo ser usado por diabéticos e tem um sabor refrescante, além de poder ir ao fogo sem sofrer alterações. O poder de dulçor é semelhante ao do açúcar;

Taumatina: Essa proteína é 100% vegetal. Está em uma fruta encontrada na África Ocidental, conhecida como katemphe ou “fruto milagroso do Sudão”. A capacidade adoçante da taumatina é cerca de 3 mil vezes superior à do açúcar. Essa substância não tem um limite de consumo diário;

Stévia: Vem das folhas da planta Stevia rebaudiana, típica da América do Sul. Ela tem vários compostos doces, como o rebaudiosídeo. A estévia adoça e também traz amargor, proveniente do esteviosídeo;

Sorbitol: Aparece naturalmente em uma variedade de frutas e, apesar de ser um edulcorante, tem a função primordial de garantir textura aos produtos, já que é ótimo para fazer caldas. Por isso, é normal ser combinado a outro tipo de adoçante.

Eritritol: Está em frutas, algas, cogumelos e alguns itens fermentados (como vinho e cerveja). Seu sabor é similar ao do açúcar e tem efeito refrescante. Assim como o sorbitol, em geral é utilizado com outros adoçantes, como aspartame e acessulfame. Após ser absorvido, é eliminado inalterado por meio da urina;

Manitol: é encontrado em vegetais e algas marinhas, tem capacidade de adoçar 70 vezes mais que a sacarose. Não é recomendado a diabéticos.

Quais substâncias são artificiais?
Os adoçantes artificiais são aqueles que devem ser produzidos em laboratório, como:
Sacarina: Adoçante de baixa caloria e é muito mais doce que a sacarose, sendo assim um substituto saudável para o açúcar. É utilizado em produtos industrializados e como adoçante de uso geral. Pode ser utilizada também em preparações assadas;

Aspartame: Um adoçante artificial de baixo valor calórico, composto pela junção química das substâncias fenilalanina e ácido aspártico. Ele é capaz de adoçar cerca de 200 vezes mais que o açúcar, tendo apenas 4 calorias por grama. O uso está liberado como adoçante de uso geral, mas não deve ser utilizado para alimentos que necessitem ser assados;

Acessulfame de Potássio (Acessulfame – K): Um aditivo edulcorante artificial que não possui calorias. Graças ao seu sabor muito parecido com a glicose, é amplamente utilizado pelas indústrias como adoçante na sua produção e pode ser utilizado como substituto do açúcar em produtos assados;

Sucralose: É uma substância extraída da cana-de-açúcar e que tem poder adoçante muito superior ao açúcar comum. Como não tem calorias, é bastante utilizada por quem não pode ou não quer adicionar calorias à dieta. Encontrada em diversos alimentos, além de ser um substituto do açúcar para produtos assados;

Neotame: É em média 8 mil vezes mais doce que o açúcar comum (sacarose) e apresenta baixo sabor residual e seu sabor doce se parece bastante com o do açúcar comum. Pode ser utilizado como substituto do açúcar em produtos assados;

Ciclamato: É usada como adoçante artificial não calórico em diversos alimentos e bebidas, sendo 30 vezes mais doce que a sacarose sem o sabor amargo da sacarina.

Há uma quantidade máxima recomendada ao consumir adoçantes?
As autoridades reguladoras estabelecem uma ingestão diária aceitável (IDA) para muitos adoçantes, que representa a quantidade considerada segura para consumo diário ao longo da vida sem efeitos adversos à saúde. A IDA varia de acordo com o adoçante e o peso corporal do indivíduo. É importante seguir as recomendações de uso e consultar um médico ou nutricionista se tiver preocupações sobre o consumo de adoçantes.

Com a variedade de produtos disponíveis no mercado, a escolha pode soar complexa, entretanto, a decisão final deverá ser tomada com a ajuda de um profissional, considerando as necessidades de cada paciente. Antes de optar por uma marca ou substância, é importante saber suas origens, benefícios e possíveis efeitos colaterais, além de ler o rótulo para checar se tem algum componente que o indivíduo é sensível.

“Quando usados com moderação, os adoçantes podem ser uma alternativa valiosa para pessoas que desejam equilibrar o sabor e manter a baixa ingestão de calorias. Estudem as opções que melhor se encaixam na sua rotina e agradam o paladar, que a transição do açúcar para o adoçante será mais fácil”, finaliza Dr. Márcio.

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