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Foto: Pixabay
Estudo brasileiro analisa as características que dificultam o ser humano de lidar bem com mudanças
Mudar é essencial para se adaptar a novos cenários, no entanto, essa nem sempre é uma tarefa fácil para a maioria das pessoas e esse tipo de resistência, pode não ter ligação apenas com saudosismo, mas também com características neurais.
É o que aponta um novo estudo intitulado “Doenças do lobo frontotemporal: Dificuldades de aprendizado”, publicado na revista científica “Cuadernos de Educación y Desarrollo”.
Dr. Bora Kostic, Médico, Cirurgião Plástico e pesquisador do Centro de Pesquisas e Análises Hieráclito – CPAH, um dos autores do estudo, juntamente com o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu e o Médico Ortopedista Dr. Luiz Felipe, explica que aspectos biológicos podem interferir na compreensão do ser humano.
“O ser humano por sua essência já possui certa dificuldade na assimilação de novas opiniões […],, mas a dificuldade de aceitar uma realidade pode se dar por meio de disfunções” Afirma no estudo.
Por que mudanças de comportamento podem ser tão difíceis?
Existem diversas características que podem influenciar a resistência a alterações em rotinas, comportamentos e hábitos, como genética, ambiente e até mesmo patologias.
“A genética influencia diretamente a habilidade cognitiva do ser humano, mas também podem ser influenciadas por fatores externos como trauma ambiental, problemas no nascimento, deficiências nutricionais e necessidades sociais […] As redes sociais e a internet são de grande impacto na vida cotidiana, onde as pessoas tendem a se tornar dependentes dessas tecnologias para estarem incluídos na sociedade”.
“Memórias já consolidadas podem inferir diretamente sobre a capacidade de aceitação de novas ideias, e doenças instauradas nas regiões frontal e temporal do cérebro podem dificultar a capacidade da pessoa em interpretar interações sociais, vista a atividade neurológica do córtex pré-frontal como as habilidades cognitivas e habilidades de julgamento pertinentes à esta área” Ressalta o estudo.
O impacto de transtornos no controle do comportamento
Apesar de a dificuldade em controlar o comportamento e as alterações em sua forma estarem relacionadas a características do cérebro, alguns transtornos também podem gerar essa dificuldade e alterar a forma como o cérebro interpreta esse tipo de informação.
O lobo frontal do cérebro é a região mais fortemente relacionada ao comportamento, ele é responsável pelo controle de funções executivas que envolvem planejamento, controle inibitório, tomada de decisões e memória de trabalho, entre outras, que também podem ser afetadas por transtornos.
“O lobo pré-frontal é uma região cerebral que é modulada pela dopamina e está relacionada à tomada de decisões, planejamento, controle emocional e comportamental. Indivíduos com disfunções nessa região cerebral podem apresentar uma visão distorcida da realidade, influenciada por suas emoções”.
“Eles podem ter um raciocínio emocional, no qual suas decisões e comportamentos são baseados em suas emoções e urgências emocionais. Essas pessoas podem ser extremamente sensíveis à crítica e interpretar qualquer comentário negativo como um ataque pessoal. Além disso, podem ter um comportamento rude, exigente, dependente e ingrato, agindo de forma oposta aos seus sentimentos sensíveis”, afirma no estudo.
Créditos: Dr. Bora Kostic, Dr. Fabiano de Abreu, Dr. Luiz Felipe (MF Press Global)